quinta-feira, 12 de maio de 2011

Público zero? - Aqui é Palmeiras!

"É neste momento de dificuldade que esperamos apoio. E foi o que a diretoria fez. Agradecemos ao palmeirense que veio hoje. O torcedor que gosta do Palmeiras jamais vai fazer uma greve. É o amor acima de tudo. " São Marcos

Quarta-feira, 21:50. Um clima de protesto do lado de fora do Estádio Municipal. Boicote das organizadas. Especulações de que o público de ontem seria o menor da história do Palmeiras. Um placar de 6x0 a ser revertido no primeiro encontro entre time e torcida desde o fatídico jogo na capital paranaense.

Então o Palmeiras sobe a campo. Protestos? - Não. Vaias? - Nenhuma.

No jogo do ano em que o time mais precisava de apoio, a torcida apoiou. E foi do começo ao fim. E não foram 1 ou 2 mil, mas sim 6541 pagantes. Um público total de quase 7 mil. Na semana passada, eu me perguntava se a torcida do Palmeiras era uma torcida de resultados. Ontem à noite tive a resposta: não o é. Pelo menos não o são os 7 mil que no Pacaembu ontem estiveram.

Bem como escreveu o companheiro Barneschi, ontem tivemos no Pacaembu um público seleto, que foi a estádio para, e somente para apoiar o Palmeiras. E eu também fui lá para isso. O torcedor que gosta do Palmeiras jamais vai fazer uma greve, é amor acima de tudo. Ninguém melhor que ele, o Santo, para dizer algo como isso.

Falando em greve, acredito que há várias interpretações a uma campanha do estilo "público zero".

Primeiramente, ficou provado ontem que, quando se trata de Palmeiras, uma campanha para pouco público deveria se chamar "público 6500". Além disso, há de fato uma ruptura entre o tipo de torcedor (?) que promove uma campanha como esta e o torcedor que abre mão de tudo para ver seu time jogar, em qualquer situação. É a este último que São Marcos se refere.

Além do mais, (o "público zero") é um protesto passivo, e eu concordo com quem diz que "isso aí é coisa pra torcedor que nunca vai ao estádio se sentir importante". Acredito que se o torcedor quer mudar alguma coisa no clube, tem que optar pela ação (presença), e não pela "não-ação" (ausência). Se das arquibancadas não é possível fazer mais que ajudar a levar o time à vitória, então associe-se ao clube!

Como o 3vv bem colocou, sãoR$70,00 por mês, e você de fato terá voz, voto e uma parcela de poder para alterar o rumo do clube.

Mas também há a opção de nem se associar, nem ir ao estádio, nem incentivar o time. Ficar no zero.

Pensando bem, é até melhor mesmo que adiram ao "público zero" de maneira vitalícia e não apareçam mais para atrapalhar o time. Não farão falta. Mas eu aposto que na hora da decisão aparecerão querendo comprar ingressos.

PS.: Foi um prazer dividir a arquibancada com todos os presentes ontem. Nós somos o Palmeiras!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Torcedores de resultados?

6x0. Taí um bom motivo para escrever.

O Palmeiras vinha de um momento muito bom durante o campeonato Paulista e a própria Copa do Brasil. A torcida toda confiante de que neste ano pudéssemos reverter a sina de insucessos que nos persegue já há algum tempo, afinal de contas tínhamos Felipão no banco, Valdívia e Kléber representando com a nossa camisa...

Mas bastou um jogo. Um único jogo. Foi o suficiente para que as camisas palestrinas sumissem das ruas, para que os torcedores começassem a reclamar do time, para que Felipão, o mestre, passasse a ser contestado, enfim. Uma avalanche em questão de 5 dias. Crise de desconfiança. O que foi construido em quase um ano é agora colocado em xeque por conta de 1 jogo. Não era isso o que eu esperava, sinceramente.

Aliás, este tipo de postura partido de um "torcedor de televisão" é até compreensível. A relação do cara com o time se resume àquelas duas horinhas por jogo no sofá, com a cervejinha do lado: não pula, não canta, não vive o futebol, como faz o torcedor de arquibancada. Se sai um gol, grita pra todo mundo dos prédios próximos ouvir, e se ele não sai, ou desliga a TV, ou fica em silêncio, sei lá..., é um torcedor de TV: quando acaba o jogo ele vai dormir e acabou.

Mas há certas posturas que julgo inadmissíveis por quem canta a todo momento "Palmeiras a razão do meu viver", "Palmeiras até morrer", "se ele jogasse lá no ceú eu morreria só pra (lhe) te ver", entre outras.

Há quem defenda a existência de profundas diferenças entre a torcida do SPFC e a nossa. Eu mesmo sou um dos que tendo a ver dessa maneira. Mas acho que esta minha opinião terá sua prova de fogo em local, dia e hora marcados: Pacaembu, 12/05/2011 às 21h50. Vamos ver como se portará a torcida que "ganhando ou perdendo, não pára de cantar".

Já ouço dizer que quem for ao estádio neste próximo jogo contra o Coritiba irá pra protestar. Até aí, beleza. Qualquer um (inclusive não-palmeirenses) pode protestar. Mas tem uma coisa: se a postura da torcida for de protesto ao invés de incentivo, então pelo menos que pare de se arrogar "diferente" de todas as outras.

Não quero defender aqui que a torcida deva ocupar um papel passivo o tempo todo. Mas protestos, se ocorrerem, devem ser feitos em momentos em que o time já não precise mais da torcida para vencer. De preferência ao final da partida.

Quem for ao Pacaembu na próxima quarta-feira para xingar o time (ou peças dele), estará corroborando com a suspeita de que a nossa torcida só quer saber de resultados, e que o time não pode ter sequer uma partida ruim (mesmo que muito ruim, como este inengolível 6x0) que a "torcida que canta e vibra" se converte em torcida que silencia e xinga em questão de segundos. É uma torcida de resultados, como qualquer outra, inclusive como os tão famigerados bambis.

E se é pra ser uma torcida de resultados, que seja pelo menos uma torcida de resultados decente, que não tente enganar ninguém sob o discurso de "amor incondicional ao Palmeiras". Este clube merece mais.

A conferir.