sábado, 20 de fevereiro de 2010

Como joga um Grande, e minhas preocupações com o Palmeiras

Muito atrasado, mas me sinto na obrigação de comentar a atual situação do Palmeiras, que vem me afligindo há alguns dias, desde o dia 17/02/2010.

(Vejam aqui o que aconteceu nas últimas horas da quarta-feira)

Nas primeiras horas da quinta-feira 18/02/2010 não saía da minha cabeça o seguinte pensamento:

"Não precisa jogar bonito, não precisa ser campeão, não precisa ganhar tudo. Mas precisa ser Palmeiras."

Apesar de achar o Muricy um técnico muito ético, e muito correto no trabalho que faz, acho que nenhum palmeirense pode negar que o time simplesmente não deu certo nas mãos deste treinador. Até sua chegada (até o memorável jogo Palmeiras 3X0 Corinthians, sob o comando de Jorginho), nossa equipe vinha apresentando um futebol muito vistoso, que dava gosto de assistir e torcer, digno das melhores aspirações de qualquer palmeirense. A partir do momento de sua chegada, e de seu primeiro jogo, um Palmeiras 1X0 Fluminense, começamos a jogar um futebol burocrático.

O futebol burocrático não seria um problema se com ele viessem os resultados. E o problema foi justamente este: eles não vieram. Além de não termos jogado mais um bom futebol, perdemos nossa consistência em campo, e assim perdemos o título brasileiro de 2009, que foi um fim-de-ano pra testar nosso amor por este time.

Começou o Paulista-2010, e mesmo contra as pequenas equipes do interior paulista passávamos um grande sufoco pra vencer (quando vencíamos). O jogo contra o Monte-Azul foi emblemático nesse sentido: gol de pênalti duvidoso, e futebol medonho. Contra o Corinthians então... jogo inteiro com 1 jogador a mais, e não conseguimos marcar um mísero gol de empate. Contra o Botinha de Ribeirão Preto, conseguimos um empate na bacia das almas. E contra o São Caetano..., bom desse jogo não precisa de link nem precisa dizer nada.

Eu particularmente detesto futebol burocrático. Muito mais ainda no Palmeiras, que nunca foi time de jogar futebol burocrático. Futebol burocrático pra mim é coisa de time pequeno. E, ao meu ver, só poderia ser usado no Palmeiras com uma condição: que jogando burocraticamente o Palmeiras ganhasse tudo. Isso, convenhamos, passou bem longe de acontecer no Palestra Itália enquanto sob o comando de Muricy Ramalho.

Não quero saber do que acontece nos bastidores, se a diretoria faz isso ou aquilo, se o presidente (quem muito admiro, e inclusive mereceria um post exclusivamente sobre sua pessoa neste blog) fez ou não fez isso ou aquilo...enfim. Me interessa o que acontece dentro do campo, e não fora dele.

Com o futebol que vínhamos jogando, era possível que nem passássemos para a fase final do Campeonato Paulista, fôssemos eliminados nas oitavas ou quartas-de-final da Copa do Brasil, e não fizéssemos nem cócegas em ninguém no Brasileirão. O fato é que em 34 jogos , Muricy não conseguiu fazer com que o líder do campeonato se tornasse o campeão brasileiro, e teve um dos piores aproveitamentos entre os técnicos que nos dirigiram de uns sete anos pra cá.

Inclusive me pareceu que quanto mais ele trabalhava o time, pior ele jogava. E assim, por mais gente boa e correto que o cara seja, não dá. Fica difícil mantê-lo diante de circunstâncias como estas. Desejo-lhe muita sorte, pois falta em nosso futebol gente como ele. Infelizmente desta vez não deu.

E Palmeiras: FAÇA O FAVOR DE VOLTAR A JOGAR COMO PALMEIRAS! Somos grandes demais pra jogarmos em casa, com 3 volantes e no contra-ataque contra times do interior. Quem tem que ditar o jogo no Palestra é o Palestra, jogue contra Flamengo-PI ou Corinthians. O grande domina o pequeno, e é por isso que se chama os grandes de grandes (que têm torcida e responsabilidade por causa disto) e os pequenos de pequenos (que não têm nem responsabilidade pelo resultado nem torcida por causa disso).

Amanhã à tarde (21/02/2010, às 17hs), poderemos ver se o problema foi resolvido, se estamos na mesma, o se andamos pra trás. Por mim, pode perder de 4, 5, 10, 100X0. Se nosso jogo fôr à altura de nossa grandeza, continuarei cantando e torcendo, e não direi mais nenhuma palavra sobre isso. Paro por aqui por hoje.

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